tipos sanguineos
Quando alguém fala sobre “tipo sanguíneo raro”, a maioria de nós pensa em AB positivo ou O negativo. Mas a verdade é que existem tipos sanguíneos bem, bem mais incomuns. Em Filton, na Inglaterra, há um laboratório que recebe doações de sangue de todo o Reino Unido e identifica esses tipos sanguíneos raríssimos.
O fotógrafo Greg White fez um passeio pelo Hemocentro de Filton (filiado ao NHS Sangue & Transplantes, um orgão de saúde do Reino Unido) para o portal de ciência Mosaic. A matéria escrita por Penny Bailey e publicada na Mosaic em outubro narra a história do laboratório conhecido como International Blood Group Reference Laboratory, que funciona dentro do hemocentro. O IBGRL monitora o que Bailey chama de “sangue dourado”, conhecido por sua incidência extremamente rara e sua capacidade de salvar a vida das poucas pessoas que o possuem.
Nós republicamos a matéria aqui no Gizmodo, mas sem as fotografias de White. As imagens são imperdíveis, e nos mostram um lado fascinante do laboratório. O IBGRL existe desde os anos 40, e foi lá que muitos avanços, como a descoberta de diversos antígenos, aconteceram— são os antígenos que ativam a resposta do sistema imunológico, e que definem, com sua ausência ou presença, nossos tipos sanguíneos. Mas uma das funções mais importante do laboratório é encontrar doadores com tipos sanguíneos raros: eles precisam dessas doações tanto para transfusões quanto para pesquisas importantíssimas.
Existem muitos tipos sanguíneos diferentes, e essa variedade ocorre devido à ausência de certos grupos de antígenos. Na matéria escrita por Bailey, que você pode ler aqui, ela escreve sobre um homem que não tem nenhum antígeno Rh, o que significa que seu sangue não é nem negativo, nem positivo. Seu sangue foi classificado como Rh-nulo, um dos tipos sanguíneos mais raros do mundo. As funções do IBGRL incluem manter um registro de humanos excepcionais, como o homem sem Rh, com tipos sanguíneos extremamente raros. No Hemocentro de Filton, os cientistas testam todo o sangue doado no Sul da Inglaterra, analisando desde os tipos sanguíneos até a possível presença de vírus prejudicais.
E como foi fotografar esse laboratório com sangue por todos os lados? White descreve a experiência como “um ruído constante de máquinas e esteiras, e no meio disso, pessoas andando rapidamente com jalecos, toucas e redes de cabelo azuis”. O sangue, é claro, é algo frágil — ele deve ser mantido a exatos 4 graus Celsius, caso contrário, o material pode se tornar infeccioso, e as células podem ser destruídas. E quando o sangue é raro, alguns mililitros extras estão fora de cogitação.
De acordo com White, muitas das atividades do laboratório aconteciam em horários pouco convencionais, já que o sangue é doado de tarde e chega no laboratório de madrugada. “O processamento do sangue acontece a partir das três horas da manhã”, diz. “Então às seis da manhã o laboratório está bem agitado e cheio de sangue novo sendo filtrado, passando pelo processo de eliminação dos glóbulos brancos.”
“No começo foi um pouco estranho ficar cercado por tanto sangue”, ele acrescenta. “Mas você logo se acostuma com o ambiente e com o processo, e não se incomoda mais. Na verdade, é muito animador pensar na quantidade de sangue doado, mesmo ele podendo ser maior”.
De certa forma, o NHSBT é como as Nações Unidas do sangue, uma instituição central para a qual hospitais e médicos de todo mundo pedem ajuda e informações, e é fascinante ver o interior de um espaço tão importante. A matéria da Mosaic sobre doadores com tipos sanguíneos raros pode ser lida aqui. E você pode se tornar um doador, também.
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