É conhecido que os seres humanos possuem sangue pertencentes a 4 grupos distintos:
- Tipo A;
- Tipo B;
- Tipo AB;
- Tipo O.
A existência de 4 fenótipos básicos para grupos sanguíneos humanos no sistema ABO ocorre, porque existem 3 alelos distintos que ocupam o mesmo locus cromossômico que diz respeito ao tipo de sangue. São eles:
- Alelo IA;
- Alelo IB;
- Alelo i.
Este é um caso de polialelia ou alelos múltiplos. Neste caso, os alelos IA e IB possuem co-dominância entre si, mas não são dominantes sobre o alelo i, que é recessivo para ambos. Desta forma, são observados:
- 3 pares de alelo na natureza, que são: IA, IB e i;
- 4 fenótipos distintos são possíveis: sangue A, sangue B, sangue AB e sangue O;
- 6 genótipos distintos são possíveis: IAIA, IAi, IBIB, IBi, IAIB e ii.
Quando o IA está presente no genótipo de um indivíduo, há a indução da produção de uma proteína especial que se acopla à membrana das hemácias, chamada de antígeno A ou aglutinogênio A. Esse mesmo gene também condiciona a capacidade de concepção do anticorpo B ou aglutinina anti-B, encontrado no plasma do mesmo indivíduo.
Já o indivíduo que apresenta o gene IB no seu genótipo sintetiza uma proteína distinta, conhecida como antígeno B ou aglutinogênio B, também acoplado a membrana das hemácias. Da mesma forma, este indivíduo produz um anticorpo, mas neste caso, é o anticorpo A ou aglutinina anti-A, também encontrado em seu plasma.
Indivíduos que possuem os alelos IA e IB sintetizam antígenos de ambos os tipos (antígenos A e B) e, portanto, não sintetizam nenhum tipo de anticorpo.
Os indivíduos homozigóticos ii não sintetizam antígenos específicos para grupos sanguíneos do sistema ABO; contudo, possuem a capacidade de sintetizar os dois tipos de anticorpos: A e B.
Genótipos
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Fenótipos
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Hemácias
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Plasma
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AA ou IAIA
AO ou IAi
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Grupo A
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Produção de antígeno do tipo A
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Presença de anticorpo B
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BB ou IBIB
BO ou IBi
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Grupo B
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Produção de antígeno do tipo B
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Presença de anticorpo A
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AB ou IAIB
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Grupo AB
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Produção de ambos os antígenos
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Ausência de ambos os anticorpos
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OO ou ii
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Grupo O
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Não há produção dos antígenos referidos
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Presença de anticorpos A e B
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Também há outra proteína que procede como antígeno e que também está localizada na membrana das hemácias, que é o fator Rh. Nem todos os indivíduos possuem esta proteína, sendo que os que a apresentam são conhecidos como Rh positivos, enquanto as que não a apresentam são conhecidos como Rh negativos.
O nome Rh é oriundo de sua descoberta, uma vez que esta proteína foi primeiramente identificada no macaco Rhesus (atualmente conhecido pelo nome científico de Macaca mulatta) e identificado nos seres humanos somente tempos depois.
Este fator funciona independentemente do sistema ABO. O aglutinogênio Rh ou antígeno Rh possui produção condicionada pela ação dos genes específicos. A herança do fator Rh não se deve somente a 1 par de alelos, mas sim à atividade concomitante de 3 pares de alelos em cada indivíduo, sendo todos localizados no mesmo cromossomo (alelos C, D e E). Cada um desses genes apresenta o seu alelo recessivo correspondente. Foi observado, no entanto, que o par D é o responsável pela produção da maior parte do aglutinogênio conhecido como RH. Por esse motivo, o termo fator Rh pode ser substituído por fator D, sendo utilizados os termos antígeno D ou aglutinogênio D e anticorpo anti-D ou algutinina anti-D.
Vale ressaltar que a produção de aglutininas anti-D tipicamente ocorre apenas em indivíduos D- após exposição à transfusão de sangue errada, com D+. Contudo, existe outra possibilidade de um indivíduo se sensibilizar ao fato D mesmo sem transfusão de sangue. Isso ocorre em uma mulher que possui Rh- ou D- que gera um filho Rh+ ou D+. Normalmente, durante a gestação, quando não há lesão na placenta, não há a passagem de hemácias do sangue do feto para a circulação materna. Todavia, após o parto, quando há o deslocamento da placenta, a mesma deixa na cavidade uterina um considerável volume de sangue fetal, D+. Neste momento, os vasos sanguíneos da mãe estão expostos, ocorrendo uma invasão de hemácias com o fator D+ do sangue fetal. A partir desse momento, o organismo da mulher passa a sintetizar os anticorpos anti-D.
NOME; Giulia Leite Porto
NÚMERO; 5
DATA; 04/06/2016
5º ano manhã
PROFESSORA; Nágila
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